O Preto-Velho na Umbanda é um conselheiro por excelência da gen te moça do século que segue. Sua natureza racial expressa naturalmente boa-vontade, paciência, tolerância, mansuetude e alegria que se configuram na música, na dança mágica, vigorosa e jubilosa, no gestual comedido, na fala calma e mansa de quem já compreendeu perfeitamente que a vida é a suprema doação do Grande Ser OLÓRUN ou ZAMBI.
Desencarnados, ampliaram seu seno de observação sobre si mesmos e sobre as pessoas encarnadas da dita sociedade brasileira de consumo, imitadora do Primeiro Mundo.
Originários dos cinco milhões de descendentes dos quais quase um terço optou pela nova e genuína religião implantada no plano físico, no Brasil de 1908.
Aproximaram-se dos sinhozinhos e sinhazinhas através da mediunidade – ponte entre os dois planos – para prestarem favores de alma para alma. Descobriram que este intercâmbio gera moeda de evolução para uns e outros, quando bem sucedido; e esses favores se estendem até o último do desencarne de seus tutelados, na hora extrema, conduzindo-os seguramente aos familiares consangüíneas que foram antes para o plano das emoções e ansiosos aguardam pela chegada dos que aqui ficam.
Convém realçarmos esta relação entre médium, protegidos e almas desencarnadas; além de orientarem no cotidiano seus protegidos que freqüentam as casas de Umbanda orientando-os para que sigam um procedimento digno e fraterno para com os semelhantes, os Pretos-Velhos, Caboclos, Boiadeiros, Exus e Pomba-Giras estão atentos e preparados para oferecerem (convém repetirmos) a proteção última ao caminheiro de Umbanda até o temido e enigmático portal da morte, que separa o plano físico do plano astral que se abre para o “outro lado da vida”.
Relação médium-guia: Os Pretos-velhos são de certa forma bem tolerantes com seus protegidos, sinhozinhos e sinhazinhas. Não se aborrece facilmente, mas quando acontece, são duros e exemplares no castigo e na indiferença. Pregam sobretudo e renovação moral dos seus tutelados em todos os sentidos.
Força da natureza: observadores atentos de todos os fenômenos físicos e astrais do planeta.
Expressão: boa-vontade, paciência, tolerância, mansuetude, alegria, comedimento.
Datas comemorativas: suas festas são realizadas por todo mês de maio. Nelas é servida a famosa feijoada e, de sobremesa, os doces típicos (queijadinha,pé-de-moleque, bolo de aipim, mãe-benta, quindim, pamonha, cocada-puxa e tantas outras guloseimas) da cozinha baiana e também de outros Estados brasileiros. Não se pode deixar de consignar o dia 13 de maio de 1888, data de Abolição da Escravatura no Brasil.
Composição: Agrupamentos distintos das várias nações africanas. Com o passar do tempo esta diferença está se esvaecendo.
Hierarquia: Seguem ao guia-chefe do templo, que tanto pode ser um Caboclo, como um Boiadeiro ou um Preto-Velho.
Saudação: “Abença, Preto-Velho”, “Abença, pai Joaquim” (ou nome que tenha a entidade). Também se usa o “Abença, vovô (ó)”, “Abença tiazinha”
Pontos cantados: Existem mais de uma centena, verdadeiras relíquias do cancioneiro sacro da Umbanda. Podem ser pontos de raiz ou pontos elaborados por compositores-ogàs, certamente inspirados por essas entidades maravilhosas.
Pontos riscados: de acordo com o grupamento
Indumentária: nada especial. Geralmente usam traje branco, mas em dias de festa e para agradar os Pretos-Velhos, o médium pode usar roupas de xadrezinho.
Local preferido: Quando não estão no Terreiro adoram as redondezas das Casas Coloniais.
Cor: da preferência de cada um, embora prefiram cores claras e o indefectível xadrezinho.Cor da guia: usam colares confeccionados com sementes e miçangas a gosto da própria entidade.
Ervas utilizadas: exímios curadores através das plantas (sementes, raízes, casacas, folhas e frutos), os Pretos-Velhos, em sua maioria, sempre se voltaram para a medicina vegetal, embora reconhecendo a importância da alopatia, da homeopatia, da medicina alternativa e do advento da ciência nuclear dos dias de hoje com prolongamento natural para o plano astral, onde também se processa a cura de várias doenças.
Flores: gostam de todas, principalmente das de tonalidade clara.
Frutos: a gosto de cada um.
Mineral: nada especifico.
Planeta: Apreciam as fases lunares e o Sol.
Dia da semana: segundas-feiras, domingos e feriados
Comidas secas: aipim e fruta-pão cozidos, mingaus diversos, principalmente o mungunzá, acaçá, acarajé e demais quitutes da cozinha africana. Bebidas: café adocicado ou não, vinho tinto, água, garapa etc.
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